sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Cronicas sentimentais part3- Transformações (texto sem correção)

Part1 - http://incertezaincerta.blogspot.com.br/2017/10/cronicas-sentimentais-part-1-raiva-e-o.html
Part2 - http://incertezaincerta.blogspot.com.br/2017/10/cronicas-sentimentais-part2-o-bosque.html


O medo acordou. A fogueira já havia apagado. Ele olhou para os lados e quando percebeu que seu escudo estava ha alguns centimetros de distancia, rapidamente trouxe-o para perto de si. Quando ele se certificou de que estava seguro, verificou se os dois seres ainda estavam ali.

"Raiva... e... o perdão...certo?" Pensou o medo. "preciso fugir daqui..."

Então ele percebeu que a raiva estava deitada proxima a fogueira, mas ela não era mais como antes. Agora ela parecia uma mulher que dormia serenamente. Seus cabelos e seus vestidos não mais pegavam fogo. Agora eram de uma ceda vermelha e macia.

Porem, quando o medo olhou para o perdão, viu algo aterrorizante.

Viu um homem com diversos cortes no rosto, como se ele tivesse passado a noite toda se cortando com as unhas. Suas vestes azuis e verdes claro estavam coberta de sangue. O perdão agonizava encostado em uma arvore.

O medo pensou em fugir... mas teve compaixão do homem. Nesse momento a raiva acordou e viu a mesma cena. Ela imediatamente se levantou e correu até o perdão.

- Nossa... o que aconteceu? Porque você se fez isso? A raiva limpava suas feridas com seu proprio vestido. Um fogo azul começou a arder e levemente curou todas por onde ela passava. - Perdão... porque você fez isso?

- Meu nome não é mais esse... Agora eu me chamo culpa.

- Eu não entendo... disse a raiva, limpando as feridas enquanto chorava.

- E seu nome também mudou... posso ver no seu rosto. Você agora é a compaixão. Cuide do medo... ele nos transformou e minha hora é chegada. Foi culpa minha a gente ter se perdido.

- Não! Não! Perdão, não diga isso... você não é Culpa... não é... Gritou a compaixão enquanto chorava.

- Eu sou culpado por muitas pessoas se abdicarem do orgulho e continuarem sofrendo. É tudo culpa minha, eu pensei que estava fazendo oque era certo. Agora devo partir e deixar esse mundo viver em paz. Tudo culpa minha...

A compaixão olhou para o medo e começou a arder em chamas laranjas flamejantes novamente.

- Tudo culpa sua! TUDO CULPA SUA! Disse gritando e sacando sua espada.

Então a culpa deu seu ultimo suspiro e a raiva a absorveu, como se ela fosse uma fumaça.

O medo então levantou seu escudo, ainda tremendo e defendeu o primeiro golpe da raiva. O escudo era de uma madeira velha e um revestimento nas laterais de ferro puro.

Ela desferia diversos golpes e as faíscas se dissipavam para todos os lados.

O medo queria correr, mas ele não conseguia pensar mais em nada, apenas em se defender.

- COVARDE! VOCE SEMPRE SERÁ´ESSA GRANDE MERDA! NUNCA PASSARÁ DISSO! Gritava a raiva ardendo em chamas. Mas ao mesmo tempo ela chorava lagrimas azuis. - Isso tudo deve ser culpa minha... tudo culpa minha... Se eu te matar, essa dor vai passar...

O medo tropeçou e caiu no chão. Então a raiva chutou seu escudo para longe e levantou a espada para mata - lo com um unico golpe.

- Eu entendo... Disse o medo.

A raiva ainda com a espada levantada parou para ouvir o que ele tinha a dizer.

- Eu te entendo... falou o medo, novamente. - Eu tinha muita coisa para fazer nessa vida, mas eu tive medo. Eu sofri muito nessa vida e eu aprendi apenas a me esconder. Um dia o amor apareceu em minha vida e eu me escondi. Eu lembro...

A raiva abaixou a espada e prestou atenção, enquanto lagrimas escorriam de seu rosto.

- EU ja amei alguem, mas eu tive medo de me mostrar. Eu temi que ela fosse me rejeitar. Então o tempo passou e essa pessoa se casou com outra pessoa. Desesperado, quando vi que perdi meu amor, eu resolvi me declarar, mas ja era tarde... Eu sei o que é perder um grande amor por medo. Entende?

Então a raiva parou de pegar fogo e começou a queimar um fogo azul marinho novamente, mas esse fogo era um tanto esverdeado também.

- Eu amava ele... ele era completamente diferente de mim, mas seu jeito calmo de resolver tudo... eu queria ter aprendido tanto com ele, queria viver uma vida ao lado dele... o perdão se foi... graças a você...

- Me desculpa... eu passei por uma cidade e percebi que as pessoas estavam fazendo coisas horriveis por conta do medo. Eu termino fazendo isso... Mas eu quero mudar... não quero ser mais um coitado que perdeu um grande amor por culpa dos meus medos. Não quero mais perder nada porque eu não consigo ser mais forte que esse sentimento ridiculo...

- Só tem um jeito... Disse a compaixão levantando-e e pegando sua espada.

- Qual? Perguntou o medo.

- Lute comigo. sugeriu a compaixão.

O medo deu um passo para trás

- Jamais!

- Você não tem escolha...

- Por favor, não me faça fazer isso... eu tenho medo...

- CHEGA! Disse o a compaixão e enquanto o fogo azul esverdeado desaparecia e se tornava laranja flamejante. Ela disse - Eu te perdoo medo... eu te perdoo...

Então ela correu novamente para cima do Medo e tentou acerta - lo com a espada.

Porem, ele teve medo de morrer e desviou do golpe fatal. Então a raiva tropeçou e caiu por cima da propria espada.

O medo correu até ela.

- Porque? Porque? Ele chorava intensamente.

- Cumpra a missão do perdão... ele estava procurando por você, mas acho que ele precisava achar outros também. Volte a cidade e ensine as pessoas a ter compaixão e perdão... Não tenha... medo.

Então a raiva deu seu ultimo suspiro e se tornou uma fumaça que entrou nas narinas do Medo.

A armadura do medo começou a brilhar, então de um prata fosco, ela se tornou vermelha como fogo.

Ele pegou seu escudo que começou a arder em chamas e a espada da raiva. Então, partiu em direção a cidade. Agora seu nome tinha mudado. agora ele se chamava Coragem.

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