sexta-feira, 13 de outubro de 2017

A morte é certa - Coletor de sonhos.

Ele gostava especialmente dos sonhos das crianças.
Ficava meio de longe observando o quanto elas eram pouco originais, mas ainda sim, encantadoras. Deixava que elas sonhassem livremente, sem interferência, para então coletar aquele lindo sonho.
Mas ele não era tão cruel ao roubar o sonho daquela criança. Ele sempre deixava um pouquinho para ela. Sempre.

Elas sonhavam com coisas básicas. Mundos, amigos imaginários, doces, promessas, desejos... é até difícil de descrever. Mas de fato era pouco original, elas só reproduziam o que viam e interpretavam com um pingo de esperança.

A lei era clara:

"Não interfira nos sonhos das crianças"

Mas tinha caras que eram filhos da puta, eles adoravam fazer isso e depois de sugar toda a ingenuidade delas, eles transformavam os seus lindos sonhos em pesadelos. Só por esporte mesmo. para depois no fim do dia, se encontrarem em um bar e contarem o quão original são os pesadelos que eles criaram. Arrombados do caralho mesmo...

Crianças que tinham o minimo de condições de vida conseguiam sonhar com coisas boas. Então pela lógica, era interessante para eles garantir que a realidade delas fosse boas. Sim, tem muitos que trabalham assim, os famosos "anjos" da guarda. Mas sabe a ostra que engole um grão de areia e sofre igual uma condenada para então gerar aquela perola? Estou falando de ostras legitimas, do mar, não aquelas criadas em cativeiro onde existe todo um processo para criar e colher a perola.

Existem crianças que mesmo em um ambiente extremamente nocivo, elas fabricam um sonho de sabor tão doce... que é quase impossivel descrever as sensações que os seres tem ao degustar aquele pequeno sonho.

Ah, acho que você não sabe ainda, desculpa. Seres humanos são como ostras. Existem fabricações em massa de sonhos e esses são vendidos para os mais diversos seres de outras dimensões.
Como eu disse, existem seres humanos que fabricam sonhos raríssimos e que possuem um gigantesco valor no plano espiritual e até em outros planos mais diversificados.

- Pois é, sabe aquele cara que eu falei no começo? Ele achou. E isso transformara a vida da criança em questão e dele proprio. Sem mais delogas, descreverei o que aconteceu com Ana Beatriz e Algróz, o coletor de sonhos.

- Ah sim, prazer, eu sou a morte, você deve me conhecer de outras historias.
E porque estou te contando essa historia? Porque não tenho mais porra nenhuma pra fazer. A humanidade acabara de morrer há 20 minutos. 

-Sim, o seu apocalipse aconteceu e o inferno ta com uma fila de anos luz, de tanta alma que foi pra la. Já o céu nem tanto, está parecendo a minha geladeira nesse exato momento, vazia.

- Oque? Uma morte tem geladeira? Claro que sim. Mas explico isso uma proxima vez, vamos nessa.

(Em construção)


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