terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Um drink pela manhã

Fiz a besteira de experimentar como meu primeiro sentimento do dia,o drink da saudade. Ela desce fria em um copo de vidro que pode quebrar a qualquer momento. Você se pergunta o que poderia ter feito para adoça-la, pois agora ela é amarga. 
Ela desce pela garganta ardendo e bate em seu estomago doendo. Como posso me livrar? 
Mas já disseram: O tempo não para. No máximo eu morro de morte morrida, mas de saudade não! Não vai ser um veneno que me corroerá por dentro. Resisto, afirmo, ignoro. Ja ja vou no banheiro e ela vaza aliviada. Só até eu me lembrar dela de novo. 
Eu to bem, eu to bem... é só meu drama diário para não experimentar do tédio no café da manhã.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Arrependimento

Olá, boa tarde pessoal o/
Vi um post sobre uma pessoa do grupo perguntando como superar o tal do arrependimento. E ai eu voltei uns 8 anos da minha, vida quando eu decidi que não viveria uma vida arrependida. Então vou compartilhar esse relato, quem sabe ajuda alguém.
La estava eu com 15 anos de idade, entrando no ensino médio, sem autoestima, inseguro com meu futuro, triste com a vida, com a família, brigas constantes, falta de respeito e toda má sorte que uma adolescência conturbada pudesse oferecer.
Lembro de estar fazendo curso técnico e escola ao mesmo tempo. Eu me sentia tão pressionado que tinha dias que eu cabulava aula só pra pegar um ônibus e ir até o ponto final e voltar, só pra pensar na vida e me sentir um pouco livre.
Eu não tinha muito do que me arrepender. Já que aos 15 anos eu não tinha também muita atitude para fazer coisas diferentes. Mas via meus amigos cagando a vida usando droga, engravidando garotas com a mesma idade que a minha, se envolvendo com criminalidade, ou até mesmo sem querer alguma coisa da vida, apenas respirando e vegetando.
Então o tempo passou. Vivi meu ensino médio da forma mais penosa possível. Recatado, triste, sonhando com coisas que eu jamais teria, me perdendo por ai, ouvindo musica o dia todo para não enlouquecer e afins. Quando eu passei para o terceiro ano eu tive que tomar uma decisão.
Será mesmo que eu passaria minha vida inteira arrependido?
"Poderia ter chegado naquela garota, mas tive medo."
"Poderia ter feito outro curso tecnico, mas tive medo de não aguentar o tranco"
"poderia ter estudado em uma escola melhor mas tive medo de não passar na prova"
Decidi que dali para frente eu jamais viveria arrependido. De todas as decisões que eu tomasse, eu teria plena convicção do que estava fazendo pois era senhor do meu destino. Nisso eu ja tinha 17 anos.
Foi então que eu vivi um dos melhores anos da minha vida. Entrei para o curso de tecnico em segurança do trabalho. Fiz amigos, fiz teatro, fiz outros cursos, fiz karatê, foi um ano 100%.
Para não viver arrependido, temos que aceitar a simplicidade das boas escolhas. Se não sabemos escolher bem, então é bom confiar em pessoas que saibam ver melhor que a gente e possam nos aconselhar.
Aos 17 anos eu tive consciência de que a vida era tão fragil, apenas um piscar de olhos, eu tinha que viver feliz de alguma forma. Comecei a me livrar de alguns medos e receios. Em relação aos relacionamentos amorosos eu me encrenquei de mais ainda (tenho 23 atualmente) mas sempre que me lembro de todos, sei que foram lições grandiosas para minha vida. Cada pessoa que passou, eu aprendi alguma coisa.
Descobri que a vontade se originaliza diretamente do que você é grato. Ou seja, quanto mais você for grato por coisas boas, menos da vontade de fazer merda. Porque a vontade de fazer merda é um dispositivo do seu cérebro que te sabota.
Pois é o que eu sempre digo. Ou somos areia, ou somos pedra.
A pedra se molda com o bater do vento e da água. Mas a custo de muita dor e de tempo. Já a areia é livre para moldar um deserto inteiro de diferentes formas possíveis.
Já fiz alguns textos para o grupo e não me arrependo das bobagens que eu disse, pois isso cooperou para que eu melhorasse.
Parte do processo da atração envolve soltar para o universo o que você precisa. Reter magoa, rancor, é se atrasar espiritualmente.
Todos os dias afirmar positivamente "eu estou livre de toda magoa"
"o que eu fiz até aqui cooperou para o que eu sou até hoje, me sinto grato(a)"
"Obrigado(a) universo por ter me feito trilhar esse caminho, daqui pra frente farei melhor"
Quando vou tomar minhas decisões, eu penso:
O que o EU do meu futuro (10 anos a frente) pensaria do que eu estou fazendo hoje?
Percebamos então a diferença temporal no pensamento. Melhor do que se remoer pelo que não deu certo, é fazer melhor daqui pra frente ^^
Espero ter ajudado com esse relato, até novos ventos o/

A certeza de que vai dar certo

Porque tudo dá errado na minha vida?
Quem nunca parou para pensar nisso, que atire a primeira pedra. (e ainda erra haha). Primeiramente vamos entender algumas coisas:
1 - Sua realidade é responsabilidade sua.
O quanto antes você aceitar isso, melhor será para se alinhar com a realidade que você realmente deseja. Ou seja, se tudo dá errado para você, é porque primeiramente tudo começa errado DENTRO DE VOCÊ.
2 - O que é certo e o que é errado?
Nesse caso é questão de opinião e eu vou dar a minha. Se discordarem podem dissertar nos comentarios para que cheguemos a um entendimento.
Certo pra mim é fazer algo que respeita integralmente tudo e todos. Isso inclui você mesmo. Fazer o certo as vezes não é o que você pensa a partir de seus principios. Vejam as guerras que estão acontecendo. Os terroristas estão certos na cabeça deles. Ja na sua opinião, provavelmente terrorismo não seja algo bom para a humanidade.
Então perceba que fazer o certo é tudo que respeita a integridade sua e do proximo. E O que é fazer errado? É fazer algo que prejudica você e ao proximo. Mais para frente vamos pensar sobre isso.
3 - E o que isso tem a ver com o que vem dando errado em minha vida?
Você tem feito o certo por você mesmo? É extremamente relativa essa pergunta, mas eu suponho que fazer o certo por si mesmo é respeitar as regras universais. Você é grato pela sua vida? De verdade? O que tem saido de sua boca são coisas boas ou você reclama quase que 100% do seu dia? Respondendo essas perguntas, você percebe que tudo começa no âmbito da sua responsabilidade de abençoar a si mesmo. E isso é o certo a se fazer para que externamente as coisas deem certo.
Vou contar um relato. Senta que la vem historia.
Em 2012, como contei em outro post, eu estava no terceiro ano do ensino médio e cursando o técnico em segurança do trabalho que é a minha profissão. Eu tinha saído de uma experiencia extremamente traumatizante em 2009 quando cursei Design Grafico em uma escola muito rígida. Mas em 2013 eu já tinha mentalidade para lidar com algumas questões e mais compromisso comigo mesmo.
No entanto, naquele ano eu tinha um diferencial em mãos, uma carta na manga que faria total diferença na minha vida e justamente se refere à esse post. E o diferencial era:
"Eu parei de reclamar e comecei a me abençoar."
Não é questão de magia, é apenas lógica. As vezes a gente amaldiçoa demais nossas vidas e não percebemos por puro vicio. Lembra do curso de Design? Mesmo sendo algo traumatizante, em 2013 eu ja havia aprendido bastante sobre a area, isso serviu quando organizamos uma SIPAT (Semana interna de prevenção de acidentes) na escola. Eu fiz convites, cartazes, panfletos, etc. O que foi extremamente util para o grupo. As pessoas, independente de qualquer negatividade que elas carregassem, se motivaram a partir das coisas que eu fazia. Fiz grandes amigos e foi 1 semana de organização, felicidade, contentamento e satisfação. Nossa SIPAT ficou para a historia e exemplo daquela escola.
Ou seja, será mesmo que mudando nosso interior, podemos mudar o exterior? Sim. Pois nosso grupo tinha problemas, tinha pessoas desmotivadas, tinha atrasos, mas quando sua mente está bem, tudo vai bem. Em nenhum momento a gente pensou em dar errado. A gente pensava sim no que podia dar errado e preparava tudo com antecedência. Percebam a diferença:
Pensar em dar errado ≠ pensar em se precaver
A partir de então tudo em minha vida tem dado certo. Tudo que eu coloco as mãos tem dado frutos, porque a mudança começa em nossa mente primeiramente.
A formula para essa mudança é a seguinte:
1 - Mude o seu discurso = abençoe sua vida, abençoe suas ações, abençoe as pessoas próximas a vocês.
2 - Se policie = Quando você estiver amaldiçoando, pare, respire, anule.
3 - Confie = Confiar que tudo vai dar certo é essencial, pois você elimina os riscos para que as coisas deem errado.
4 - Gratidão verdadeira = Ser grato é a base para tudo.
Pratique isso todo dia, é demorado pois uma limpeza em sua mente acontecerá e você se transformará. Enfim, é isso que tenho para passar hoje. Tenho certeza que se fizerem isso muita coisa vai mudar, pois na minha vida mudou :)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Pressão.

Eu não sei o que quero ser! Isso é maravilhoso e ao mesmo tempo trágico. Minha vida é uma panela de pressão cheia de água, juntamente com a indecisão do que eu vou cozinhar.
Geralmente eu faço de tudo, desenho, escrevo, analiso, pratico, etc. Quando me canso de algo, vou para outro lado. Até me cansar de novo. Por exemplo agora, estou escrevendo. Obvio.
Mas será mesmo que eu quero ser um escritor para a vida toda?
Esse pensamento começa a me sabotar e a pressão começa a fazer barulho. Então aparece quem queira ajudar, carregados de conceitos comuns da sociedade:
"-Relaxa você é novo" Eu já coloco o guarda chuva na bolsa sem minha mãe mandar.
Cara já já não tenho mais tempo, a sociedade diz que minha vida profissional maleável e útil vai até os 30 anos. E minha aposentadoria do jeito que ta indo, vai ser com 80 anos. FU.
"-Não esquenta, se cansar de algo, faça outra coisa. Você não é obrigado a ser sempre a mesma coisa" E o medo de ser pobre a vida toda?
"-menino, vai fazer uma faculdade!" Pronto! pegou no meu calo...
No natal em família, não me perguntam se eu já tenho namoradinha. Perguntam se eu já tenho uma "facultadinha"
Não... não quero fazer faculdade ainda, eu não sei o que quero.
"- Mas você tem que fazer algo para saber o que quer"
Bom... Se é para fazer algo, então vou fazer um ovinho cozido ali, que eu to com uma fome da moléstia!
Vou acabar meus dias sem saber o que vou fazer da vida e ao mesmo tempo fazendo tudo. Não consigo ser a mesma coisa para sempre, ah claro, consigo ser chato pra sempre, serve? Chato, hipocondríaco reverso, complicado, compulsivo, desmotivado, preguiçoso, etc. Isso eu sei bem ser, porém esses detalhes não são valorizados pela tal sociedade.
Logo eu começo a entrar em curto. Fico preocupado com o meu futuro e esqueço de viver o meu presente. Me sinto infeliz pela cobrança de ser alguma coisa. Aí me lembro que já sou alguma coisa, porém odeio ser.
Possuo duas profissões:
Design Gráfico e Técnico em Segurança do Trabalho. Duas coisas completamente diferentes. Em uma, do contrario que as pessoas acham, eu não faço arte. Eu faço coisas mecânicas para o cliente dizer que o sobrinho faz melhor e mais barato (e quando eu sou o sobrinho?). Já a segunda é burocrática, chata, política e cansativa. Porque eu as fiz? Pressão, pressão... BOOM!r
"Ah jeff, não se cobre tanto"
O medo de não ser nada, já sendo tudo, é o que me corrói... e me faz digitar esse texto 5:32 da manhã fazendo o maior drama.
Aqui estou eu... Largado na lama da indecisão, com uma garrafa de Dolly na mão e um CD do Calypso na outra. Maldita pressão.


domingo, 11 de dezembro de 2016

Cronicas fúnebres, capitulo um: Primeiros erros

Fiz esse texto como desafio mensal do grupo Pena e Tinta. 

Link >https://m.facebook.com/groups/1038044466222933

Cronicas fúnebres, capitulo 1: Primeiros erros.

La estava eu, como sempre costumei estar. Aquele hospital já era comum em meus dias. Os corredores brancos, o piso encerado, a recepção com uma arvore de natal que se repetia ha quase cinco anos. Nada parecia estranho.

Já conhecia o caminho, fui direto, sem demora. Gosto de andar pelos corredores da pediatria, para que só por um segundo observar aquelas crianças agitadas e curiosas. Umas com medo de injeção, outras aos berros depois de ter provado da mesma.

Decidi ficar ali sentado observando como elas lidam com a realidade. A verdade é que elas adoram correr e brincar, mas geralmente, quando fazem muita bagunça os pais as repreendem com uma bronca.

Uma delas, corria alegremente atrás de um coleguinha de sua idade. Suas perninhas quase não acompanhavam os tropeços de seus tênis "pisca pisca". Mas aquele brilho não demorou muito, capturada por um adulto, foi arrastada até uma cadeira mais próxima.

- Fica aqui e não sai mais Felipe!!! Ordenou sua mãe dando um tabefe no braço do garoto, já irritada com a correria, enquanto olhava de canto de olho para as pessoas que observavam. .

O tal do Felipe, um garotinho de 3 anos de idade, baixou a cabeça com os olhos cheios de lagrima. Seu bracinho ardia e ele tentava acabar com a dor segurando o lugar vermelho com o outro braço. Olhou para o seu companheiro de arte, outro garotinho que ainda continuava a correr, chamado Carlos.

Carlos por sua vez não tinha nenhuma atenção da própria mãe, que lia uma revista sobre moda enquanto aguardava ser chamada pelo medico. Por isso Carlos corria de lá para cá pelo corredor e isso causava em Felipe seus primeiros sentimentos de inveja.

"O que não daria para que sua mãe revogasse a ordem de ficar sentado e quieto."

As vezes os pais não entendem que toda criança é uma estrelinha, que depois que nasce, precisa extravasar energia para todos os lados. É raro, mas não impossível, existir pais que diante do agito da infância, consigam ser criativos o suficiente para acalmar os ânimos, sem subjugar a felicidade da criança. (...)

Eu tive uma filha um dia... Será que eu poderia ter levado ela aos parques mais vezes, ao invés de trabalhar tanto? Depois de tantos anos eu já não sei bem o que pensar sobre isso, ela não se importa mais comigo... O que eu não daria para te-la de volta em minha vida. Fiquei sabendo que ela já tem um filhinho, mas é um tanto quanto impossível que eu consiga leva-lo para correr um pouquinho.

(...)Sabe quando a gente começa a pensar em um passado distante e independente do lugar onde se esta, terminamos perdendo o foco de tudo e imergindo na lembrança? Passei a mão no rosto e voltei à realidade, voltei a observar o Felipe que ainda continuava sentado olhando para seu amiguinho correr, feliz da vida. O sentimento de injustiça corroía Felipe, não era preciso ser adulto para sentir algo assim. De repente ele olhava para sua mãe esperando um:

"- Tudo bem, vai la, pode brincar."

Seu olhar se equiparava com o de um cachorrinho que clamava por liberdade.

- Não adianta ficar me olhando, fique quieto já já a enfermeira vai te chamar! Ralhou sua mãe.

No mesmo momento Felipe ficou branco... lembrou da tal da injeção. Naquele instante a cabeça do garoto deu um nó! Ele não conseguiu lidar com o medo de ser espetado. Em um ato de desespero Felipe levantou e correu, mas dessa vez não até o fim do corredor como seu amiguinho, mas para muito além. Sua mãe furiosa e contrariada gritou seu nome alto, mas nem a ameaça de tomar uns tapas seria suficiente para que ele suportasse o medo de tomar injeção.

Felipe correu como nunca.(...)

Lembro de quando eu fui tomar injeção pela primeira vez. Minha mãe segurou forte no meu pulso e me arrastou até o consultório do médico. Eu estava gripado fazia uma semana e tinha que tomar uma tal de Bezentacil. Aquilo era crueldade demais! Mas eu não podia reclamar. Segurei firme o choro, tentei controlar a dor, porém, quando a enfermeira enfiou a danada, minha coxa deu um tranco involuntário e doeu ainda mais. Fui para casa mancando e minha mãe mandou eu parar de drama... Criança não tem muito do que se arrepender... mas eu me arrependo de não ter gritado para amenizar a dor.

(...)Sai de meus pensamentos e voltei a situação do Felipe, olhei para o relógio que marcava três e meia da tarde, percebi que ainda tinha tempo até que desse minha hora e consecutivamente eu precisasse fazer meu serviço que seria quatro e meia. Ainda surpreso com a atitude do Felipe, fui atrás do danadinho para ver até onde ele conseguia ir.

Ele correu, correu e correu. Engraçado como criança pode correr tanto sem ofegar. As pessoas eram apenas vultos perto da velocidade dele. Ele não pensava para onde ia, queria apenas chegar a algum lugar onde não existisse ordens, nem injeção.

Finalmente, ele achou uma porta aleatória. Já estava longe da área de exames, agora em uma ala de quartos da pediatria. No quarto que ele entrou era do tipo leito. Tinha quatro camas. Duas de frente para outra, mas apenas uma delas ocupada. Na cama ocupada havia uma pessoa de aproximadamente 16 anos e em volta dela cinco pessoas. Uma mulher sentada ao lado da cama, outra mais velha que segurava seu ombro. Um garoto próximo a janela e mais dois homens do outro lado da cama. Todos se espantaram quando Felipe invadiu o quarto, deixando assim porta escancarada. Já eu, fiquei na porta observando para ver a reação de todos.

Felipe olhou para a pessoa em cima da cama e percebeu que ela estava careca, não sabia diferenciar se era menino ou menina pois a pessoa tinha uma máscara no rosto seguida de tubos de oxigênio por baixo. Felipe não teve muita reação, jamais vira alguém naquele estado, apenas ficou parado olhando.

Para a surpresa dele, a pessoa que estava na cama deu um sorriso por trás da máscara e lhe estendeu a mão.

- Vem cá...

Felipe temeroso deu intenção de ir, mas hesitou. Já estava arrependido de ter corrido de sua mãe. No entanto, a pessoa de máscara logo o chamou atenção, mostrando para ele um vídeo game portátil que tirou de trás de seu travesseiro. Enquanto isso as demais pessoas do quarto observavam.

- Pode pegar se quiser, eu não vou brincar mais com isso. Ofereceu a pessoa de máscara.

No mesmo instante uma mulher que estava sentada e um pouco prostada sobre a cama, depois de ouvir aquilo começou a chorar penosamente. Era uma mulher roliça de cabelos cacheados e roupas largas. Logo foi abraçada por outra mulher mais velha que ela, que mesmo mais magra, se parecia muito com ela.

- Calma Ana... Calma... Pedia a mulher mais velha.

- Eu não vou suportar... eu não vou!

- Mãe... por favor, eu te pedi para não fazer isso. Interrompeu a pessoa de mascara.

- Rebeca, você vai conseguir, a gente pode procurar um tratamento alternativo. Clamou Anna procurando pegar a mão da filha.

- O medico ja disse mãe.. e eu ja estou cansada... me escuta por favor.

- NÃO! Gritou Anna que procurava pegar a mão da filha Rebeca sobre a cama, mas a mesma evitava. - Eu não vou suportar...

- Para com isso Anna! Disse uma das pessoas que estavam no quarto.

- NÃO PARO! NÃO SE METE AUGUSTO! VOCE PASSOU ESSES ANOS TODOS OMISSO! Gritou Anna.

- La vem você com essas merdas, Anna, não respeita a decisão da nossa filha. Não respeita nada. Argumentou o homem com um olhar de desprezo.

- VOCÊ NÃO LIGA PRA NINGUÉM AUGUSTO, NÃO LIGA!

- Vamos parar com isso já! Respeitem o local onde estamos! Vocês não conseguem lidar com o outro nem nesse momento? Interviu o outro homem no quarto, só que esse de cabelos grisalhos, o rosto cheio de rugas além de muito magro. Em um bolso, em seu peito, tinha um masso de cigarros.

Depois que ele disse isso, os ânimos se acalmaram.

- Desculpa Souza... desculpa... Disse Augusto olhando para os lados.

Após a discussão, eles finalmente se tornaram suas atenções para Felipe. A garota, Rebeca, ainda oferecia o video game para o menino. Felipe andou devagar, foi até ela e pegou o aparelho.

- Ei rapazinho, onde estão seus pais? Perguntou Souza.

Felipe não respondeu, estava mais interessado no seu novo jogo. Então o mesmo homem, depois de perceber que Felipe não ia se pronunciar, se ofereceu para leva-lo até sua família.

- Acho que vou levar ele na recepção para procurarem a família dele, querem alguma coisa? Um café? Perguntou.

- Acho que não consigo tomar nada. Disse Anna que agora enxugava as lagrimas de seu rosto.

- Eu quero um. Pediu o rapaz da janela.

- Deixa de ser preguiçoso e vá você buscar Renan! Ralhou Augusto.

- Para de ser tão duro com ele, Augusto!!! Gemeu Anna enquanto limpava o rosto.

- Não se mete, Anna! Respondeu augusto virando imediatamente e apontando o dedo para ela com violência.

- VOCÊ NUNCA SE IMPORTOU COM NOSSOS FILHOS, AGORA QUER PAGAR DE BOM PAI! Gritou Anna com o rosto todo vermelho.

- Fodam se vocês dois, xingou o rapaz na janela.

- Renan não fala assim, por favor. Clamou Rebeca dando algumas tossidas sem folego.

- Cala sua boca você também, senhorita especial! Respondeu Renan imediatamente.

- Agora eu te arrebento! Gruniu Augusto se dirigindo com violência em direção a Renan que esbugalhou os olhos em alerta.

- PAREM!

A mulher mais velha se colocou na frente e segurou Augusto pelo braço. Embora aparentasse ter mais de cinqüenta anos, demonstrou força o suficiente para impedir o homem de agredir o rapaz.

- Olhem o que estão fazendo! Olhem para vocês, parem com essa merda já! Vai todo mundo sair daqui, TODO MUNDO!

Rebeca estava tossindo e Felipe ja estava extremamente assustado com aquela situação, devia estar pensando onde tinha se metido. Mas o video game era tão divertido que ele não quis voltar para sua mãe ainda. Em sua casa seus pais brigavam com constância, ele ja não se incomodava com essa situação. (...)

Vendo aquela situação lembrei de quando eu me empenhava mais em discutir com a minha esposa durante a noite, sem me importar com o que minha filha pensaria daquilo... Se eu pudesse voltar no tempo, faria diferente com certeza...

(...) Depois que os ânimos se acalmaram, o homem chamado Souza olhou para Felipe e disse.

- Vamos? Sua mãe deve ta preocupada e você não deveria estar vendo essa situação... pelo amor de deus...

- Não... não o leve, deixa ele um pouco comigo? Pediu Rebeca limpando sua boca com um lenço.

O homem olhou para Felipe e pensou um pouco consigo mesmo mediante ao pedido. A mulher mais velha então se pronunciou novamente.

- Souza, leva a Anna la pra fora um pouco, ela precisa respirar.

- Não... eu quero ficar aqui com a minha filha! Disse Anna ainda deitada segurando a mão da criança.

- Vamos Ana, você não comeu nada hoje! Disse Souza.

- Ela nunca come quando ta preocupada, fica se matando, adianta de quê? Comentou Augusto.

- AGORA VOCÊ SE IMPORTA COMIGO? SEU CANALHA!

- Pra mim já chega... Disse Augusto se retirando da sala.

Souza pegou na mão de Anna e levou ela para fora do quarto enquanto ela derramava lagrimas e soluçava.

- Vai la Renan, sai um pouco desse celular e vai ver a luz do dia. Disse a mulher mais velha

- Pode ir também, vó. Eu vou ficar bem, qualquer coisa eu chamo a enfermeira. Disse Rebeca. - Vou ficar aqui com meu novo amiguinho, ele vai cuidar de mim não é?

Felipe olhou sem entender e fez que sim com a cabeça.

- Tudo bem... eu preciso pedir para trocarem esses lençois... Ja volto, viu, meu amor. Te amo! Não fica triste por causa dos seus pais... eles ainda não aprenderam nada.

- Certo, vó. Obrigada por ser maravilhosa!

- Eu te amo.

- Te amo também...

A mulher saiu do quarto e ficaram apenas Felipe e Rebeca.

Passaram se os minutos e Rebeca colocou Felipe para sentar ao lado dela e explicava pra ele como lidar com o vídeo game. A cada vez que ele perdia, ambos riam e se divertiam. Então Rebeca tomou coragem e perguntou:

- Como é seu nome?

- "Filipi"...

- Como você veio parar aqui, Felipe?

Felipe pensou um pouco... mas mesmo temeroso respondeu sem tirar o rosto do video game portatil:

- "Jeção"...

- Ah sim, as injeções... já tomei muitas!

Felipe olhou para a garota surpreso.

- "Ondi"?

- No bumbum! Respondeu Rebeca.

Felipe começou a rir.

- Porque você tem que tomar injeção?

O garoto parou um pouco de jogar e pensou por alguns segundos.

- "Sangui".

- Ah sim, você tem que fazer exame de sangue...

Ambos pararam um pouco e ficaram refletindo sobre o tal do exame de sangue. Logo Rebeca quebrou o gelo. Felipe percebeu que ela estava cansada e falava com sem folego. Seus olhos quase fechavam.

- Eu to doente sabia, Felipe?

O menino largou o vídeo game mais uma vez e olhou para Rebeca espantado. Talvez isso explicasse porque ela estava de mascara, então, curioso, apontou para a mascara dela.

- Ah isso? É porque meu organismo esta muito sensível, qualquer coisa pode infeccionar minhas amídalas .

Felipe aparentou não ter entendido o que ela disse mas sabia que não era bom. (...)

Lembrei da vez que minha filha ficou doente. Foi a primeira vez em anos que eu finalmente me dei bem com a minha esposa. Por um bem comum a gente trabalhou junto, enquanto um esquentava as compressas para febre, outro verificava a dosagem dos remédios. Aquilo durou uma semana e mesmo preocupado com a Isabela, eu fiquei feliz em estar novamente bem com a minha esposa. Deveria ter dito que a amava e me desculpado por tudo naquele instante... deveria... Mas não fiz e me arrependo todos os dias por isso.

(...) Voltei a observar a cena. Rebeca mesmo cansada continuava a conversar com o garotinho.

- Você tem que fazer os exames Felipe...

- Não... Respondeu Felipe com rebeldia focando ainda mais no vídeo game.

- Quando eu tinha sua idade eu fiz um exame e mostrou que eu tinha uma doença. Mas isso não foi totalmente ruim, porque descobriram logo cedo e eu pude fazer um tratamento bom e viver até hoje.

Felipe pareceu abrir um pouco mais sua opinião em relação a tal da injeção, mas torceu o nariz.

- Mas dói...

- Eu sei que dói! Disse Rebeca puxando a manga do seu pijama hospitalar. - Vou te mostrar uma coisa, promete não se assustar?

Felipe fez que sim com a cabeça.Quando ela subiu a manga totalmente, mostrou seu braço com uma agulha liberando soro. Ela esperou que Felipe se assustasse, mas ele permaneceu firme olhando para o cateter, que era rosa e cheio de florzinhas.

- Pode? Perguntou Felipe estendendo a mão.

- Sim, mas com cuidado. Respondeu Rebeca.

Felipe deu alguns toques delicados na agulha no braço de Rebeca.

- Dói?

- Na hora dói sim, mas eu penso na coisa mais divertida do mundo e ai eu nem sinto. Geralmente eu to jogando vídeo game quando a enfermeira faz.

Felipe olhou um pouco para o vídeo game e ficou refletindo.

- Hoje eu recebi uma noticia muito ruim, Felipe. Mas pra mim não é tão ruim assim, acho que meu sofrimento vai acabar. Obrigado por estar aqui hoje comigo, eu precisava de alguém que preferisse conversar a brigar.

Felipe olhou para Rebeca e não conseguiu entender muito bem o que ela estava falando. Apenas apontou para a cabeça dela, que estava careca.

- Ah isso? Riu Rebeca. É parte do sofrimento, eu amava meu cabelo.

Rebeca pegou seu celular e mexeu por alguns segundos.

- Olha! Disse ela tomando a atenção de Felipe

Então mostrou para ele fotos dela pequena com um cabelo grande e cacheado.

- Eu amava meu cabelo... Disse Rebeca com os olhos cheios de lagrima. - Mas a gente se acostuma...

Felipe não soube o que fazer, decidiu voltar a atenção para o vídeo game novamente.

Ambos ficaram em silencio por alguns minutos. Depois de perder mais algumas vezes, o vídeo game descarregou. Felipe se lembrou de sua mãe e da surra que levaria por ter ficado tanto tempo longe ficou branco novamente, a injeção ja nem era tão amedrontadora perto do que sua mãe poderia fazer com ele. Seus olhos começaram a se encher de lagrima. Rebeca percebeu a aflição do menino.

- Que foi Felipe? Perguntou

- Mamãe...

- Oh... Acho que meu avô Souza vai trazer ela já já. Deixa eu colocar o vídeo game para carregar...

Rebeca tentou se mexer mas não conseguiu. Estava fraca demais até mesmo para levantar da cama.
Naquele instante o pai de Rebeca, entrou no quarto com a mãe de Felipe que chorava e correu até o filho, abraçando e beijando - o.

- Como que você me da um susto desse Felipe? Perguntou olhando para o filho.

Felipe não sabia o que dizer, apenas se rendia aos abraços da mãe, assustado, já que ele esperava por uma bronca seguida de uns tapas.

- Viu Felipe? Olha sua mãe ai. Disse Rebeca rindo.

- Me desculpa, moça... Disse a mãe de Felipe.

- Tudo bem, ele me fez companhia, não é Felipe? Afirmou Rebeca sorrindo.

- Vamos filho? A enfermeira ja esta chamando.

Felipe olhou para Rebeca e viu que ela sorria.

- Coragem Felipe! Disse a menina. Ele sorriu.

- Diz obrigado pra moça.

- "Bigado"...

- Que isso... obrigado você por me fazer companhia. Dito isso, Rebeca pegou o video game e deu para Felipe com o carregador e alguns jogos. - Espero que você se divirta muito!

- Não moça, nossa... isso é caro... Disse a mãe de Felipe.

- Nada disso, eu não vou mais usar e ele gostou muito. Pode levar. Respondeu Rebeca simpática - Adeus Felipe.

Então depois de se despedirem, Felipe acompanhou sua mãe para fora do quarto, mas olhava para Rebeca até onde pode.

Olhei para o relógio e vi que ja eram quatro e trinta e cinco, estava atrasado!

- Rebeca, eu vou chamar sua mãe, ta tudo bem com você? Perguntou seu Pai. Rebeca fez que sim com a cabeça, mas na verdade ela se sentia extremamente cansada e com sono. Mas não queria preocupa-lo.

Depois que ele saiu do quarto, eu tive que entrar. Já estava muito atrasado!

- Ola Rebeca... Vamos?

A garota me olhou com seus olhos cansados e balançou a cabeça negativamente.

- Minha mãe... Ainda não...

Eu já estava com o horário estourando e isso tem consequências terríveis.

- Desculpa... Já esta na hora mesmo!

- O que acontece depois que a gente for? Perguntou a garota com seus olhos baixos.

- Bem... eu não sei, minha tarefa é só levar você até la.

- Eu não sei quem é você, mas parece que já somos conhecidos. Comentou Rebeca.

- Geralmente as pessoas pensam isso mesmo. E ai, viveu uma boa vida?

- Foi bem difícil... mas acho que sim, não tenho arrependimentos. Só queria viver mais um pouco, o medico disse que só tenho alguns dias. Disse rebeca quase dormindo.

- Na verdade é hoje o seu dia. Respondi me aproximando e pegando em sua mão.

- E o Felipe, ele vai ficar bem?

- Vai sim, no caminho a gente vai ver ele.

Os olhos de Rebeca começaram a se fechar e ela dormiu suavemente. Quando sua mãe chegou Rebeca já havia partido comigo. O irmão de Rebeca, o rapaz que ficava na janela, já não tinha aquela posição orgulhosa diante da situação. Agora saia do quarto com lagrimas nos olhos e arrependido de ter agido como um babaca.

A mãe de Rebeca caia aos prantos e pedia desculpa segurando a mão da filha. O pai de rebeca abraçava sua mulher e chorava juntamente. Seus avós também não conseguiam conter as lagrimas. Dali eram os únicos que pareciam não estar arrependidos diante da situação. Pois sempre fizeram de tudo pela neta, ao invés de ficar brigando entre si.


- Finalmente acabou o sofrimento dela... Dizia souza para consolar sua mulher, dando um beijo em sua testa.

Enfim, era o fim.Rebeca deu uma ultima olhada para sua família e partimos. Quando passamos pela ala de exames e vimos Felipe tirando sangue, estava agarrado ao vídeo game e com valentia se segurava para não fazer careta e nem chorar. Depois que a enfermeira tirou a agulha e estancou o sangue, deu um pirulito e uma mascara hospitalar para ele.

- Que menino valente! Parabéns viu?! Disse a enfermeira. - Quem te ensinou a ser assim, foi a mamãe?

- "Beca!" Respondeu Felipe chupando o pirulito. Era um garoto de poucas e objetivas palavras, de fato.

Felipe colocou a mascara e falou para sua mãe sobre Rebeca. Na saída ele viu seu amiguinho Carlos, e então tomou coragem, olhou para sua mãe esperando que ela o liberasse um pouco para brincar. Ela parecia ter aprendido a lição, sentir que poderia ter perdido seu filho por um segundo a fez pensar um pouco mais no quanto era dura com ele. Portanto sem dizer uma palavra, apenas com um sorriso e um aceno com a cabeça, permitiu que ele fosse brincar um pouco. 


Enquanto as crianças corriam felizes, Rebeca ria satisfeita ao meu lado.

- Esse garoto é muito especial! Comentou.

- É sim...  respondi.

- Posso visitar ele de vez em quando?

- Não é assim que as coisas funcionam desse lado. Acho que faz até mal para ele. Respondi meio desconcertado.

- Entendo... E meus pais...

- O que você pôde fazer para eles ficarem juntos, você fez.

- E meu irmão...

Toquei em seu queixo e levantei seu rosto para que eu pudesse olhar em seus olhos, então disse.

- Rebeca, por eles você não poderá fazer muita coisa. Não fique se preocupando ta? Agora você precisa ficar em paz, caso contrario, vai ficar apegada nessa realidade para sempre. Dito isso, lhe dei um abraço.

- Vamos?


Ela deu uma ultima olhada em Felipe.

- Sim... estou pronta.

Rebeca partiu em paz

Depois que a levei, fui para casa, mas antes passei em uma praça para admirar o por do sol. Ja eram 6 da tarde e mesmo cansado, eu não me sentia exausto. Hoje eu aprendi mais um pouco sobre a vida de algumas pessoas. A vida é tão curta, que se a gente parar pra ficar brigando e se atacando... uma hora não da mais tempo de se desculpar. As vezes somos duros demais com nossos filhos, ou relapsos, a verdade é que devemos prestar atenção e refletir sobre isso. Já que hoje não posso mais ver minha filha, preciso ainda pagar meus pecados e acompanhar as pessoas em seus últimos momentos. Se eu pudesse voltar no tempo, com certeza o faria, mas o que me resta é fechar os olhos e não me sentir arrependido pelo que não fiz por ela... do contrário.. enlouqueço. ah se eu pudesse concertar meus primeiros erros... 


terça-feira, 15 de novembro de 2016

Não sei bem por onde começar. Acho que o exemplo do copo quebrado poderia ser bom. 

Eu lembro quando eu te conheci. Você apareceu na minha vida não de repente, não sem querer, não por acaso, eu já te esperava há muito tempo. 

De repente la estava a gente conversando todos os dias. 

Sua vontade de descobrir mais sobre mim e de me admirar, me encantava. E os dias se passavam e esse encantamento crescia. De repente descobrimos um no outro um mundo novo. Longe das maldades da vida e obrigações do sistema. Quando tirávamos um tempo para conversar, era só a gente e nosso mundo. 

Quanto mais conversávamos, mais descobriamos o quanto eramos parecidos. Até nossas emoções convergiam, nossos sentimentos coincidiam e nossas vontades pareciam as mesmas. 

De repente eu tinha um motivo para acordar, uma pessoa para admirar e um gás pra viver essa vida. Com você as coisas pareciam mais faceis, pareciam ter mais rumo para o sucesso. E assim foi. 

Graças a você eu tive força para me equilibrar e de um moleque chorão, assumir minha postura como um senhor do meu proprio destino. Graças a você eu aprendi um pouco sobre minha espiritualidade, físico, mental e estrutura. Você querendo ou não me ensinou a ter paciencia, embora eu tenha falhado miseravelmente. 

Infelizmente em mim habitavam demonios que eu mesmo criei para me defender das outras pessoas. E eles acordaram para te machucar. Eu sei.. voce aguentou firme, voce foi guerreira... Era inacreditavel o quanto eu era manipulado por coisas ruins em mim. 

E ainda jutou com uma paixão que nos dois criamos juntos... então as coisas desandaram com o tempo. 

A verdade é que meu emocional e interno são tão confusos que quando uma pessoa entra neles, ela se machuca inevitavelmente e minha culpa por isso acontecer faz ela se afastar. 

Mas voce resistiu firme. Eu não vou dizer que você me amou ou que eu te amei, porque sinceramente hoje em dia eu to meio alérgico a esse sentimento dito. 

Eu consigo perceber o amor em muitos lugares hoje em dia e em coisas que eu não dava valor, como minha familia e amigos. 

Hoje parece que seu amor por mim acabou, o que me leva a pensar que não era de verdade. Talvez uma obsessão ou uma vontade muito forte. Mas quando queimava no nosso peito, naqueles momentos lindos que a gente vivia... quem é que ia pensar sobre se é amor ou não? 

Essa necessidade invasiva de amar e ter o outro para si é o que nos sabotou esse tempo inteiro. Uma coisa simples tornou se complexa.

Estava assistindo o professor Helio Couto e ele explicou sobre os campos magneticos que as pessoas criam quando se relacionam com a outra e diante dos exemplos ele deixou claro sobre o Ying e o Yang. 

Diante disso eu olhei para nossa breve historia e vi o quanto a gente patinava entre crescer espiritualmente, mentalmente juntos e o quanto a gente se destruía. 

Eu não to curado de mim mesmo, ainda to cheio de demonio pra vencer. Você tambem tem muita coisa para vencer dentro de si mesma e agora a gente nem se fala mais. 

Eu te magoei profundamente... eu sei. Voce me decepcionou de varias formas tambem e assim seguiu. Algo que era pra ser lindo, virou algo triste. 

Eu tenho todas as datas marcadas, desde a primeira vez que eu estourei com voce, a segunda, a terceira, a penultima e a ultima. Até meu apelo para você tentar se libertar e a gente começar de novo (sim eu sei que você ja fez esse apelo inumeras vezes e eu não respeitei)

Enfim... essa é a nossa historia



Estava eu aqui pensando com as minhas carambolas.

As lagrimas provenientes de momentos difíceis, se convertem em sorriso não em momentos fáceis. Mas naqueles momentos em que vale a pena estar vivo. Momentos fáceis são zona de conforto em nossa vida e essa zona é um objetivo primitivo repassado em nosso DNA.

Vamos à historia:

Desde os tempos antigos o ser humano sempre procurou estar cada vez mais confortável, nem que para isso ele precise subjugar o próximo. A partir do momento em que começamos a raciocinar, deixamos de nos abrigar em cavernas que garantiam nossa sobrevivência básica e partimos para a agricultura. .

Então o homem começou ter uma fonte de sobrevivência futura, começou a monopolizar terras e dando um pulo histórico podemos observar os feudos.

Senhores Feudais são bons exemplos da zona de conforto primitiva. Onde eles garantiam luxos para si e os camponeses que trabalhavam em suas terras eram obrigados a dispor de seus valores, até mesmo esposas.

O capitalismo nos possibilitou a um camponês ter total possibilidade de um dia conquistar o que almeja. Obviamente sabemos que esse sistema termina por fazer uma lavagem cerebral nas pessoas, quanto antes você aceitar isso, melhor.

Então caímos na filosofia e ciência metafisica que tanto amamos

A lei da atração.

Porque queremos um carro novo? De onde sai esse pensamento? Porque essa vontade avassaladora de ter conforto? Quem parou para pensar nisso?

Porque um carro seria uma solução em sua vida? Porque uma casa maior seria uma resposta?

Nosso inconsciente sabe disso e ai vem a sabotagem do mesmo: Você deseja algo melhor em sua vida, mas você não sabe o que é melhor para sua vida?

Como está sua família? Adianta ter uma casa gigante e uma família desestruturada?

Como esta o seu emprego? Adianta ter um emprego que você não gosta? Do que adianta ir de carro todo dia e pegar transito? (caso more em são paulo como eu rs)

Percebam que a zona de conforto é uma falsa ilusão e a gente aceita ela muito bem.

Pois hoje eu desejo que os problemas venham para minha vida?

MAS COMO ASSSSIM? VOCE ESTA MALUCO?

vamos entender a definição de problema?

Problema
substantivo masculino
1.
assunto controverso, que pode ser objeto de pesquisas científicas ou discussões acadêmicas.
"o p. do descobrimento do Brasil"
2.
questão social que traz transtornos e que exige grande esforço e determinação para ser solucionado.
"o p. da seca no Nordeste brasileiro"

Que tipo de problema eu atraio para minha vida? Os que me fazem evoluir como pessoa? Ou os que me fazem ser triste como pessoa?

Então voltemos para o ponto primordial desse texto:

O que as lagrimas dos momentos difíceis podem fazer por você?

E o que a satisfação por momentos fáceis faz por você?



Lanço essa questão e esse texto para reflexão. Pois infelizmente diante dos poderes que adquirimos e almejamos quando temos sabedoria da Atração, terminamos por nos acomodar justamente com pensamentos de ambição de uma zona de conforto. E isso não faz bem.

domingo, 6 de novembro de 2016

Sobre o que eu vivi

O que eu senti por ela, não sei se consigo sentir por mais alguém. Uma historia de amor não é como nos filmes que a vida faz com que tudo de errado para no final tudo dar certo. Na vida real tudo da errado por sua culpa. Principalmente por medo de dar errado, você complica as coisas que são simples. 
Então depois que as coisas estão saturadas, que você já errou mil vezes e já não tem cara pra pedir desculpas, nada será mais como antes. 
Somos criados em um mundo onde sonhos são para serem vividos apenas alguns minutos antes de dormir. Esperamos tanto por uma oportunidade, algo que nos salve desse afogamentos sem fim, que quando encontramos finalmente aquilo que almejamos tanto, estragamos por puro medo de perder.
Mas eu agradeço por ter vivido isso tão cedo em minha vida. Pois amadureci anos em questão de meses. Aprendi que nada deve ser controlado por medo e sim ser sentido a cada segundo.
Aprendi que não devemos estragar um futuro por medo de que ele não aconteça. As pessoas não são perfeitas, mas você só se da conta disso depois que perder. Eu aprendi a lição e estou pronto para a próxima fase de minha vida.

Lei da atração em pratica

Hey pessoal, como vão?
Venho compartilhar esse texto com vocês. É bem extenso, mas acredito que valha a pena. Boa leitura, perdoem os erros de português.
Em minha trajetória em relação a Lei da Atração, eu pude observar muitas coisas e estuda - las também.
Diante dos estudos, pude acompanhar a historia de outras pessoas e identificar pontos cruciais em relação a programações mentais.
As vezes as pessoas teimam ema seguir processos e dificilmente entendem a si mesmas. Mas estou aqui para incentivá las a mudar.
Vamos nessa!
Do que somos feitos?
A partir do momento que você assume essa duvida na sua vida ja é o primeiro passo. A verdade é que não temos certeza. Muito embora possamos ir atrás da informação, ela nunca será exata.
Por exemplo. Somos feitos de poeira estrelas? Ou somos feitos de barro? De energia?
Eu aprendi primeiro que fomos feitos de barro e depois com estudo entendi que tem a ver com poeira de estrela. Mas não que necessariamente sejamos poeira rs. Observem que a ideia do barro não é totalmente despresivel. O que é o barro senão pó?
E ai vem o pulo do gato, a razão pelo qual eu citei essas questões:
Quem construiu isso em sua mente? Você ou outras pessoas?
Ja parou para pensar nisso?
Tem gente que bate o pé! "- sou feito do mesmo material de Adão e Eva, pronto e acabou!"
Bastante polemica essa questão, mas vamos com calma.
Quem construiu isso em sua mente?
- Fui eu. Desde pequeno acredito nisso.
Como você ficou sabendo dessa informação?
- Meus pais me levavam para a igreja.
Check!
A questão aqui não é se isso e verdade, se é errado ir pra igreja ou acreditar em adão e eva. É saber como nossa programação mental é construída. A partir do momento que você toma consciência disso, você começa a tomar controle da Lei da Atração. Você começa a ser senhor(a) do seu do seu destino.
Pois então vamos ao que interessa. Lembre-se bem dessa desconstrução mental que eu citei até aqui, ok? Leri go
Os 5 pilares basicos que eu uso em minha vida são:
1. Definição do que se quer (desejo)
2. Sentir o que se quer (Sentir)
3. Permitir o que se quer (Permissão)
4. Ser grato pelo que se quer. (Gratidão)
5. Relaxar e esquecer. (Receber)
Para muitos iniciados na Lei da Atração, assim como eu já fui, tem a ideia é que você pensa no que quer e esse pensamento se materializa em algum momento. Isso é uma verdade de certo modo, mas e quando não acontece? E quando nos frustramos?
Vamos entender:
Quando você faz um desejo, você determina para você mesmo o que quer. E agora vem o segundo pulo do gato que as pessoas não percebem:
QUANDO VOCÊ FAZ UM DESEJO, VOCÊ ESTA APENAS ESCOLHENDO NO CATALOGO DO UNIVERSO, NÃO QUER DIZER QUE ISSO SERÁ CONCEDIDO.
Uau! Isso quebra bastantes ideias romanticas sobre a lei da atração não é? Gera até uma certa raiva pra quem acredita na magica do universo. Calma... calma...
Desejar é um processo. Desejar é ambicionar.
Imagine que você esta em uma sorveteria e deseja muito um sorvete. Pronto. Acaba ai. Você vai ficar ali desejando para sempre e jamais provará do tal sorvete. Pois desejar é escolher no catalogo.
Então entendemos o passo 1 que muita gente simplesmente trava. Desejar é só o começo.
Depois que você deseja é hora de dar o segundo pulo do gato!
2. Sentir
Essa é a sabotagem do sistema. A vida é feita de sistemas, somos tratados como formiguinhas que devem seguir padrões. Quando você quebra o sistema, você se torna uma anomalia. Bem louco né?
Milionarios fazem parte de um sistema de riqueza. Eles ja se sentem assim. Então como pode você sair do seu sistema e ir para o deles?
Em algum momento da vida deles, eles aprenderam a ser milionarios. Não é questão de sorte, é questão de se enquadrar naquela situação.
Ora... Então porque não sou milionario se eu desejo tanto? OPA! Entendeu? Você apenas deseja, e a parte de se comportar como milionario?
Quando você olha algo caro no shop, como você se sente? Ja se sente possuidor daquele objeto ou sente que precisa pagar a conta do telefone antes? Perceba que você se coloca na sua situação sem querer. Lembra do que eu falei no começo? Sobre construção mental?
Temos que ter responsabilidade de assumir que estamos nos colocando na nossa situação, não é questão de sorte.
Ora, então eu tenho que virar maluco e ficar me comportando como milionario?
Mas ai a gente ta falando de esquizofrenia não é mesmo? Acreditar em algo que não é real e se comportar de tal forma?
Quando você nunca viu a Atração se manifestar em sua vida, então você cria essa ideia cientifica.
A verdade é que em sua mente pode existir qualquer coisa e a partir dessa existencia, a realidade começa a se ajustar para você não parecer maluco. Lembra do que eu disse sobre bagunçar o sistema e padrões milionarios?
Portanto agora estamos prontos para entender o segundo passo que é sentir. Quando você sente, você se coloca na faixa vibracional do que você quer.
O que é faixa vibracional? São ondas de energia que existem na realidade fisica e espiritual.
Quer um carro? Sinta o cheiro, sinta o vento, sinta! Se você tiver disciplina de praticar esse sentir, o carro vem, pois seu corpo tem que se adequar aquele pensamento. ok?
Agora vamos para o terceiro passo:
3. Permitir
Essa parte é bem extensa, foi a parte que eu mais tive que estudar porque é muito delicada. Se trata de inconsciente.
Basicamente relembremos o que eu disse no começo, sobre duvidar da sua construção mental. Isso é essencial para desconstruir as famosas CRENÇAS LIMITANTES.
Essas danadinhas sabotam as pessoas todos os dias. Mas elas não estão la para te ferrar. Elas são resultado de sistemas de defesas e aprendizado que você executou na sua vida.
Toda vez que você passa por uma situação traumatica, você cria um programa que será executado toda vez que você passar por aquela situação novamente.
Hmmmmmmm então quer dizer que se eu tive problemas com dinheiro em algum momento de minha vida, provavelmente eu terei de novo. Mais ou menos.
Depende de o quanto seu disco rigido esta limpo no momento da experiencia. Para quem ja viu um disco rigido, ele é cheio de tracinhos, pois toda vez que o computador capta uma informação, ele grava.
Portanto se na sua infancia seus pais eram prosperos provavelmente você será, caso você tenha gravado essas informações. E se você em algum momento tiver problemas com dinheiro, vai ser algo corriqueiro, irrelevante. Pois na sua programação ha abundancia.
Ou seja, vemos aqui um suposto problema. Como limpar o disco rigido? É bem complicado. Eu tento sozinho ha muito tempo, mas há pessoas que tentam através de meditação, de hipnose, terapias e outros meios. Mas depois que você consegue... ja era, é só programar direitinho e fazer manutenção.
Vejam o caso da obesidade.
Você comeu a vida toda, alcançou la seus 120 quilos. Será que com os dois passos você conseguirá emagrecer em 1 mes?
Foram anos para ganhar a barrigona, será que apenas com pensamento positivos você irá emagrecer automaticamente?
Bem, essa resposta eu não sei bem como dar. Pois se eu disser que não, eu estarei passando para você minha crença mental de que é necessario esforço para emagrecer. A pessoa que quer emagrecer pode tentar por conta propria emagrecer na base do pensamento... mas na minha opinião é bem dificil, mas não impossivel!
se você acreditar que é magro e se comportar como magro é provavel que seu corpo comece a se adequar. Mas me responda: É possivel se comportar como magro comendo pra caramba, fora de horario, sem se exercitar?
Eis a teoria do milionario. Tem como ser milionario pensando em divida?
então o terceiro passo aqui é melhor entendido, permissão. O quanto você permite que as coisas aconteçam em sua vida? O quanto você corre atras?
E esse é o passo mais forte, porque a partir do momento que você permite, seu insconsciente deve permitir junto. Então é necessario ter um disco rigido em branco para que a nova informação seja gravada.
Como eu disse é muito delicada essa parte. Pois o processo de limpeza do disco rigido (insconsciente ) é algo doloroso pois você precisa sair da sua ZONA DE CONFORTO.
Que complicado hein? Mas não é impossivel. Exatamente por ser complicado que as pessoas travam no primeiro passo e normalmente conseguem conquistar o seguindo... mas a partir dai não conseguem.
Então relembrando:
Primeiro passo: Escolher o que você quer e deixar bem claro em sua mente (desejo)
Segundo passo: Sentir aquilo como se ja fosse real, pois assim seu corpo se adequa aquela situação (sentir)
Terceiro passo: Limpar a mente de crenças limitantes e zonas de conforto, sair do lugar e correr atrás, deixar que as coisas aconteçam ao seu favor, para que você tenha abertura para receber o desejo. (permitir)
E por fim o quarto passo, que é a gratidão.
O que é erro de muitas pessoas. Ser grato pelo que?
Se tua vida é uma merda, você é grato por ela? E ai vem a desgraça, porque você ta reforçando o que não quer. Usar a gratidão e afirmações positivas da forma errada é um perigo brutal!
Muitas pessoas não percebem isso e praticam esse erro.
É claro que para ser feliz, a gratidão ajuda muito e não devemos deixa-la de lado. Pois se você não esta agradecendo, você esta o que? Reclamando. E reclamação da outro texto extenso!
Lembram do item 5? Relaxar e esquecer?
É só uma dica para quem é muito ansioso e tem mania de ficar pensando no desejo que você preparou.
Toda vez que você pensa em uma coisa, você reforça aquele pensamento. E se o processo de criação ta acontecendo e você fica pensando naquilo, você fica resetando aquilo.
Então observe o calculo:
Dependendo das suas crenças limitantes e você inconsciemente se programou para ser milionario. Então supomos que o universo se organize em um prazo de 2 anos. Até la você teve a ideia de criar uma empresa e deu super certo ou até mesmo ganhou na loteria.
Quando você faz todo o processo dos quatros passos, você se coloca em posição de recebimento. Mas de repente faz o processo todo dia... Então hoje segunda feira você fez o processo. Quinta feira fez de novo, sexta, proximo mes, proximo ano e o que era para ser 2 anos agora são 4 a partir do ponto que você idealizou. Olha que merda.
Claro que para quem ta começando é bom reforçar o processo, mas se você tem certeza, precisa ficar pensando naquilo varias vezes?
E a ultima dica primordial que eu aprendi com o tempo: Sobre item 2:
Quando for pensar naquilo, sinta tendo aquilo. Se você pensar com sentimento de falta, ja era.
Quando for pensar naquilo, sinta tendo aquilo. Se você pensar com sentimento de falta, ja era. Você vive no presente ok? Tenha desde ja :D
Otimo dia, tarde, noite para todos, espero ter ajudado. o/

sábado, 5 de novembro de 2016

Sobre o amor 2016

O quanto você aguenta sofrer por amor?

Eu nunca aguentei sofrer por amor, tampouco tive a presença do amor durante a minha vida.
Durante a minha infância eu estava diante de uma guerra familiar. E nem precisava ser uma família grande.As duas principais pessoas que me mostrariam como amar estavam constantemente se matando.

Então minha primeira definição de amor era: Politica.

Meus pais não se abraçavam, beijavam, diziam coisas bonitas e carinhosas. Dizem que os alemães e japoneses não tem la tanto sentimento, mas meus pais eram nordestinos, o que é muito estranho.

Não tão estranho quando você da uma rastreada na história de vida deles.

Meu pai desde pequeno, trabalhou na lavoura cortando folhas de carnaúba. Cresceu sem minha avó para lhe dar carinho e tinha que cuidar dos irmãos dele.

Meu pai é quase como um fenômeno na sociedade. Muita gente acha que pra ter sucesso, tem que ter dinheiro. Não... Se você esta no ponto -1 e vai para o +1 por exemplo, já é ter sucesso.

Hoje ele é graduado em engenharia ambiental e pós graduado em engenharia de segurança na USP.

Ele começou a fazer faculdade em 2009. Fazem quase 10 anos que eu vejo meu pai estudando sem parar, de segunda a segunda e ele é um orgulho do caralho pra mim.

Ou seja, o cara não teve ninguem para influenciar-lo. Ele por si proprio descobriu que se estudasse chegaria a algum lugar. Ja foi bombeiro, ja foi clinico, ja foi segurança. Meu pai é o cara nesse quesito, se um dia eu chegar a algum lugar será muito graças a ele.

Porem, nessa tragetoria ele nunca se atentou tanto a carinho. Pra ele trabalho é algo realmente importante, carinho pode ficar em segundo plano. E ai entra a minha mãe.

Minha mãe, desde pequena sofreu as mazelas de uma familia sem estrutura alguma. Eles viviam na cidade, mas não tinham a menor instrução de como fazer uma familia dar certo de verdade.  Diante dos problemas eles se agrediam, gritavam, se matavam ao inves de se amar.

Então minha mãe cresceu criando defesas internas contra o mundo. Toda vez que ela sofria, criava dentro de si uma forma de se defender do mundo e isso envolvia muita esperteza emocional.

Ela nunca teve oportunidade de estudar e se teve um dia, não teve estrutura mental para entrar nesse mundo. Portanto ela cresceu e criou uma esperteza natural, é meio dificil descrever minha mãe. Porque acima disso tudo, ela também foi uma pessoa muito boa nessa vida. Diante da maldade ela conseguiu fazer diferente.

Então eles se conheceram e eu sei la como diabo eles se gostaram, ou se gostaram em algum momento. Não consigo imaginar  um dia eles se amando...

O tempo passou e a relação deles deram certo de alguma forma. Antigamente as pessoas se juntavam e pronto, se aturavam. Hoje em dia nossa geração quer o melhor do outro e não o pior. Por isso as relações são tão descartaveis.

Meus pais então se aturaram e eu nasci. Eu fui planejado (eu acho) e tirei milhões de fotos quando eu era bebezinho... minha mãe me amou da forma dela. Eu era o famoso filhinho de mamãe.

Ela nunca me deixou largado na sujeira, nunca me deixou sofrer atoa, sempre cuidou de mim. Eu não sei se ela fez isso porque me amava de verdade ou se ela queria aparecer pros outros. Bem... não vou questionar isso, pois só ela sabe e ja passou.

Nessa onda minha mãe era muito atenciosa, mas como eu disse, meu pai não tinha atenção, era mais focado em trabalho. Com o tempo minha mãe foi murchando diante da relação.

E claro, brigas eram algo constante. Pura falta de estrutura para entender como funcionava uma relação. Minha mãe era uma pessoa que focava muito no passado. Pessoas assim não vão para frente e não resolvem nada, elas sentem prazer em reclamar e acusar.

Cresci vendo eles brigam por coisas que resolveriam com amor e compreensão. Meu pai poderia tomar atitudes que agradavam minha mãe e não fugir toda vez que ela criava uma situação problematica.

Alcoolismo, traições (emocionais) e clima de conflito. Foi isso o que eu conheci.

Minha irmã nasceu e as coisas pioraram, acho que fui feliz até meus 8 anos de idade. Mesmo diante disso eu era só uma criança, quando eles brigavam eu ficava com medo, mas eu continuava a viver.

Um dia indo para a escola, olhando pela janela as pessoas passando na rua eu fiz as contas.

"-Eu... sou feliz?"

Pensei em toda minha vida desde então e o quanto meus pais brigavam, o quanto minha casa era um lixo e o quanto eu era desrespeitado pelas pessoas. A partir daquele dia eu conheci a infelicidade.

Os problemas aconteciam em minha vida e eu me comportava como meu pai. Ou eu fugia, ou eu me defendia emocionalmente.

Para completar minha desgraça, eu inventei de ser preguiçoso e obeso.

A sociedade não me recebeu bem, obviamente.

As coisas pioraram. Meu interior ficou muito estrategico, muito frio e dai para frente foi ladeira abaixo.

A minha primeira namorada (virtual) se chamava Brenda. Divina.mse

Eu gostei muito dela e por um tempo a gente foi muito feliz diante dos nossos 14 anos de idade.

Depois de um tempo os demonios comeraram a aparecer. Não fiz ela sofrer eu acho, não me lembro, mas nosso namoro terminou por idiotice minha. Eu fui parando de falar com ela.

Olha sinceramente não vale a pena eu descrever todas as minhas desgraças amorosas aqui, pois é um blog todinho dedicado a isso. Mas tudo aquilo que eu vi meus pais passar se reproduziu nos relacionamentos.

Pior de tudo é que eu era totalmente contra e critico ao que eles faziam. Como então eu reproduzia?

Simples, inconsciente.

Meu insconsciente não sabia o que era amor, não sabia o que era uma relação saudavel.

Enfim os anos passaram, eu chorei horrores sem saber o porque minha vida dava tanto errado.

Passei por uma adolescencia dificil, onde as defesas reforçaram. A obesidade era um impercilio para que eu manifestasse relações amorosas boas em minha vida e as crenças limitantes eram das piores.

Eu simplesmente não achava que merecia um amor em minha vida. Amor era questão de merecimento.

Ai apareceu a dada esse ano. Foi algo lindo, maravilhoso, brilhante e fantastico. Finalmente um amor em minha vida e sabe o que eu fiz? TUDO DE ERRADO.

Como uma onda eu reproduzi toda a desgraça que meus pais me ensinaram através de minhas atitudes. Eu fui orgulhoso, frio, idiota, maldito e toda maldição que eu possa denominar em palavras... mas que merda!

Estou digitando esse relato pois agora a dada não é mais aquela dada boazinha que eu conheci. Ela já não gosta tanto assim de mim e eu não posso fazer tanta coisa para reverter isso.

E pior, o jeito que eu tenho para reverter isso é tendo paciencia. Coisa que eu estou tendo que ter no limite. mas fazer o que né...

Mas aprendi lições valiosas. Hoje eu consigo valorizar um amor melhor do que antes e aos poucos eu vou tirar essa nhaca de mim.

Espero que quando eu voltar nesse blog eu ja tenha conhecido outra pessoa e esteja bem melhor que hoje.

Até novos ventos o/